A PALAVRA YÔGA
O termo Yôga* é masculino, deve-se escrever com Y e com acento no
ô. O acento pode variar, dependendo da convenção utilizada
(circunflexo, macro, etc.). Contudo, seja qual for o acento, a palavra
sempre deve ser pronunciada com ô longo e fechado. O vocábulo
Yôga significa união, no sentido de integração ou integridade.
A DEFINIÇÃO DO YÔGA
Yôga é qualquer metodologia estritamente prática que conduza ao
samádhi*.
Esta é a definição mais abrangente e que serve para todas .
as modalidades.
*O acento indica apenas onde está a sílaba longa, mas ocorre que, muitas vezes, a tônica
está noutro lugar. Por exemplo: pújá pronuncia-se “púdja”; e yôganidrá pronuncia-se
“yôganídra”. Para sinalizar isso aos nossos leitores, vamos sublinhar a sílaba tônica de cada
palavra. Consulte o CD Sânscrito - Treinamento de Pronúncia para aprender a pronunciar
melhor. [A repetição do texto é intencional e foi admitida como concessão didática.]
*Samádhi é o estado de hiperconsciência e autoconhecimento que só o Yôga proporciona.
Não tem nada a ver com o satori do Zen, nem com o nirvana do Budismo. Essas confusões
são perpetradas pelos teóricos, que leram muito e tendem a embaralhar os sistemas no afã de
encontrar um ponto em comum ou para exibir sapiência.
ORIGENS DO YÔGA ANTIGO
Em termos de classificação, Yôga é uma filosofia. Filosofia de vida.
Filosofia prática. Há 4 troncos e 108 ramos de Yôga, todos diferentes
e muitos deles incompatíveis entre si. Por isso, quem se dedica a uma
vertente não deve mesclá-la com outra. No desenrolar deste capítulo
compreenderemos a razão. Para tanto, é preciso conhecer a história do
Yôga.
UMA VIAGEM NO TEMPO E NO ESPAÇO
O estudo do Yôga e da sua história é cativante por tratar-se de uma
aventura no tempo e no espaço. Primeiramente, transportamo-nos ao
Oriente, à Índia, região para nós misteriosa, transbordante de magia,
divindades, poderes, fenômenos, montanhas e rios sagrados, templos e
monges.
Além dessa viagem ao Oriente, precisamos realizar uma expedição no
tempo, recuando mil, dois mil, três, quatro, cinco mil anos! Como
seria o povo que viveu naquela época? Quais seriam seus valores e
estrutura comportamental? Para termos uma idéia mais precisa do
que significa isso, se retornarmos no tempo dois mil anos, estaremos
próximos do ano zero da Era Cristã. Se voltarmos mais dois mil, ainda
faltarão mil anos para chegarmos ao palco temporal em que tudo
começou.
A OPÇÃO DO YÔGA PRÉ-CLÁSSICO
Muita gente pergunta-nos a razão pela qual elegemos para ensinar
especialmente o Yôga Pré-Clássico. Não seria mais confortável
trabalhar com o Clássico ou algum mais moderno, dos quais encontrase bibliografia às mancheias? Por qual motivo dedicar-nos a uma
modalidade que é considerada extinta na própria Índia e de tão difícil
investigação? A resposta é: o Yôga mais antigo é o melhor, o mais
autêntico, o mais completo, o mais forte e o mais lindo. Ainda que ele
não o fosse, constituiria uma experiência fascinante pesquisar o Yôga
Primitivo por tratar-se de um dos mais arcaicos patrimônios culturais
QUAL É O YÔGA MAIS AUTÊNTICO
Não há dúvida de que o Yôga mais autêntico é o original. Todos
concordam com essa premissa. O primeiro a surgir é o mais legítimo.
As outras variedades modificaram a proposta e a estrutura inicial,
conseqüentemente, passaram a oferecer versões menos genuínas. É aí
que muita gente se melindra com a verdade, pois ela poderia estar
afirmando que o Yôga professado por este ou por aquele não é tão
fidedigno. E isso é difícil de se aceitar. Requer muita humildade e
pouco ego.
Contudo, a verdadeira proposta do Yôga original é relativamente fácil
de se demonstrar pelo estudo da Cronologia Histórica do Yôga.
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